Diretor: Masashi Ikeda, Yasunao Aoki
Estúdio: Sunrise
País: Japão
Episódios: 193
Duração: 25 min
Gênero: Aventura / Comédia / Drama / Fantasia / Romance



Nisto, Kagome cai no poço e encontra-se na era medieval do Japão, no período Sengoku, uma época de muitas guerras. Perseguida, fugindo, encontra um rapaz preso a uma árvore, com uma flecha no peito, InuYasha, um ser metade humano, metade demônio. Ela liberta-o, ele derrota o monstro, mas a joia é pega por outro e, depois, estilhaçada. Depois disso, InuYasha e Kagome descobrem que estão ligados por uma razão maior, que envolve outras pessoas, e partem em busca de todos os fragmentos da Shikon no Tama, pois cada pedaço dela pode dar poderes a quem os possui, o que, dependendo do caráter do portador, pode ser um perigo. Ao longo da aventura, a protagonista alterna entre a sua missão no passado e as suas tarefas cotidianas no presente, o que cria atmosferas diversas, passando do tenso ao cômico.

Além disso, a autora repete sua fórmula, o que, para alguns, torna a obra previsível. Em Ranma 1/2, Ranma é um menino amaldiçoado, metade homem, metade mulher, que gosta de Akane, que também gosta dele, porém, ambos fingem que não. Em InuYasha, este, metade humano, metade demônio, gosta de Kagome, que também gosta dele, mas ambos vivem brigando. (Em Rin-Ne, outra obra de Rumiko, feita após o fim de InuYasha, o protagonista, que também leva o nome do anime, é um rapaz metade humano, metade shinigami...).




Os cálculos de Naraku também podem ser considerados defeitos do anime: tudo é planejado, previsto e previsível, tanto pelo vilão quanto pelo telespectador, o único erro do personagem ocorre ao final (e que se não tivesse acontecido...).
A primeira fase é constituída de 167 episódios, exibidos de 2000 a 2004; a segunda tem 26, que só foram feitos em 2009. Esta última, final, é muito corrida, deixando muitos acontecimentos sem explicação para quem viu apenas o anime...
Um último comentário negativo será sobre os confrontos. Rumiko Takahashi é famosa pelas comédias românticas, não pelas lutas, que são a principal característica do gênero shounen, ao qual InuYasha pertence. Porém, embora quase todo episódio possua batalhas, elas quase não são interessantes e emocionantes, pois não há estratégias. É um defeito que acontece em outros animes shounen antigos, como Dragon Ball Z e Saint Seiya, por exemplo.
Por outro lado, é preciso ressaltar que a trilha sonora é maravilhosa, as cores utilizadas no ambiente medieval também, a animação começa boa (exceto numa parte em que os protagonistas lutam contra demônios morcegos, onde é possível ver que apenas a boca do "rei" dos morcegos se move, mas as asas, não...) e termina excelente. Como é característica da autora, a obra traz diversas referências ao folclore e à mitologia japonesa, o que é muito bom e interessante, pois enriquece o trabalho.
A história conta com diversos personagens, conflitos e situações emocionantes, cenas tanto belas quanto tristes (a metáfora, a vontade e a morte de Kagura que o digam...); construções interessantes (como a passagem de Onigumo para Naraku, de Naraku para Musou — o motivo das ações deste, nos três únicos episódios em que aparece, são muito bem pensadas).
Em suma, InuYasha é bom, mas poderia ser muito melhor, se fosse bem mais curto, se possuísse mais vilões e complexidade nas técnicas de luta, ou se a experiência de assistir até o final deste que vos escreve tivesse ocorrido quando era mais jovem.
Carlos Siqueira